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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Às 8 em ponto # 4

Para quem perdeu o capítulo 3 da parceria, está disponível no separador.


Já todos tinham saído do bar em direcção às salas, mas Joana e Diogo mantiveram-se à mesa, cada um sentado na sua cadeira virados um para o outro.

Diogo - Hoje vais, não vais?

Joana - Ainda não sei Diogo... Talvez não seja boa ideia.

Diogo - Deixa de ser parva! Ela gostou de ti.

Joana - Isso dizes tu porque queres que eu vá... Ela não foi com a minha cara, eu nem abri a boca e a tua mãe já me olhava com cara de quem te ia fazer algum mal.

Diogo - Ela é mãe galinha.

Joana - Pois. (virou a cara)

Diogo - Joana, por mim...

Joana - Não vais mesmo desistir pois não?

Diogo - Não! (sorriu)

Ficou um breve silêncio entre eles, ouvia-se o arrastar de cadeiras dos alunos que se deixaram ficar até ao segundo toque que agora ecoara.

Joana - Oh Diogo,  eu não me vou sentir bem, em estar um almoço inteiro frente a frente com a tua mãe, sem saber ao certo o que dizer...

Diogo - Pronto, então vamos fazer assim, tu hoje tens horário até às cinco, não é? Passas por lá depois da escola, ela deve estar lá, falas um bocadinho com ela, se correr bem vemos um filme os três, senão dizemos que temos coisas combinadas e vamos dar uma volta.

Joana - Pronto, ganhaste! (levantei-me) Agora vamos, não vamos começar com faltas no primeiro dia...

Joana estava insegura relativamente àquela apresentação à mãe do Diogo, ele era filho único e os pais tinham-se divorciado pouco depois dele nascer, com tudo isto a mãe dele tinha-se tornado super protectora, e apesar de naquele dia em que ela fora ter com ele ter falado bastante bem com Joana, ela sentira que a mãe dele tinha ficado de pé atrás, mas talvez fosse apenas impressão dela, insegurança, medo de a mãe dele não gostar dela.

Diogo deu um beijo a Joana e seguiu em frente no corredor que o levaria à sua sala, já Joana virara a direita seguindo caminho para a sua. Pegou no telemóvel.

Chama-me doida, mas vou tentar.

E enviou, vai correr tudo bem, vai correr tudo bem, ... e repetiu vezes sem conta até bater à porta da sala.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Às 8 em ponto # 2


A última semana de férias aproximava-se do final e naquela sexta feira quente, Joana pensou em passar por casa de Raquel para irem ver as turmas e os horários. Trocaram número de telefone e combinaram ir juntas no primeiro dia de aulas.

(...)

Joana mostrou-lhe a escola, alguns amigos e ajudou-a a encontrar a sala.

Joana – Estás entregue, vou à procura da minha sala, encontramo-nos aqui no intervalo?

Raquel – Sim, claro.

Joana – Então até já, depois apresento-te aos meus amigos.

(Raquel)

De repente vi-me sozinha, tornou-se tudo mais real. Estava habituada a chegar à escola e sentir aquele espaço como meu. Agora era diferente, sentia-me diferente. Sabia que habituar-me não seria um problema mas era demasiada coisa a acontecer. Duas raparigas dirigiram-se a mim afavelmente.

Filipa – Olá, és nova na escola não és? Nunca te vi por cá. Eu sou a Filipa e está é a Vera.

Raquel - Não, vim para cá agora. Vim do Porto à uns meses. Sou a Raquel, prazer.

Vera – Conheces cá alguém?

Nem tive tempo de lhe responder a professora entrou e eles começaram a sentar-se junto dos seus amigos.

Henrique – Hey (atiram-me um papel para as costas e olhei para trás) Como é que te chamas?

Raquel – Raquel e tu?

Ele era tão giro tinha olhos verdes e um sorriso lindo.

Henrique – Henrique. Repara e começa a contar quantas vezes ela diz “Posto isto”. O recorde está nos 12 (piscou-me o olho)

(Joana)

Não estava à espera deste regresso, a mentalidade de férias já se tinha apoderado de mim, mas não havia nada que pudesse fazer, as férias tinham acabado e era tempo de voltar à realidade, era o meu último ano, o tudo ou nada.

Gabriela - Bom dia!

A Gabriela tinha interrompido os meus pensamentos.

Joana - Bons dias! Essa semana no Brasil não correu nada mal… Só o bronze!

Gabriela - Nem me digas nada, só de pensar que acabou…

Joana - Estava a pensar nisso mesmo!

Professora - Como é meninas? Vão entrar, ou vão ficar aí a ver se as férias voltam?

Gabriela - Era bom stora, mas acho que não há nada que possa-mos fazer.

Entrámos na sala, não tinha saudades daquilo, a turma não estava igual, alguns tinham-se separado, entre eles o Diogo, mas talvez tenha sido pelo melhor, menos tempo poderia ser sinónimo de mais tempo de qualidade, pelo menos assim o esperava.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Às 8 em Ponto # 1



Sentia-se o cheiro a farturas no ar e entre gargalhadas, o som emitido pelas colunas e mistura de luzes, a minha mãe levanta a mão.

Mãe - Anda, já os vi!

Continuamos a furar por entre a multidão até chegarmos junto de um casal acompanhado por uma rapariga que aparentava ter a minha idade.

Mãe - Boa noite, como estão? (Cumprimentou-os com dois beijinhos) Que noite agradável! Raquel, estes senhores são colegas da mãe e filha, Joana.

Joana - Olá, prazer!

Cumprimentei-a de igual modo, pareceu-me simpática.


Sr.ª Lima - Então Raquel? Que tal a mudança? Vais adorar o nosso bairro! E tenho a certeza que Joana terá todo gosto em ajudar-te nestes primeiros tempos.

J - Claro! Vais para a secundária João Santa-Rita?

Raquel -  Acho que sim! Também andas lá?

J - Sim, a Santa-Rita é a melhor escola da zona, vais adorar é tudo gente porreira. Depois temos de combinar ir juntas.

R - Claro, obrigada. Ia-me dar imenso jeito nestes primeiros dias

Mãe - Bem, a conversa está óptima mas eu e Raquel temos de ir andando.

A noite já ia longa, estava exausta e o ambiente apesar de convidativo já tinha perdido a piada. Acabamos por vir embora pouco depois. Era tão estranho. Chegámos sozinhas, tentava ambientar-me aquele novo quarto e que pouco a pouco ia-se tornando cada vez mais meu.

Mãe - Gostaste da noite? Pareceste tão triste…


R - (já deitada) Estou cansada, só isso. Fiquei impressionada com o bairro, gostei imenso dos teus amigos mas isto para mim ainda não é casa.

Mãe - Eu sei, meu amor mas vai ser. Beijo, Dorme bem.

Não, menti. Não estava só cansada era ele que estava, ainda, na minha cabeça mas não por muito mais tempo.